(1) Eu te exalto, Iahweh,
.........porque me livraste,
.........não deixaste meus inimigos rirem de mim.
(2) Iahweh, meu Deus,
.........gritei a ti e me curaste.
(3) Iahweh, tiraste minha vida do Xeol, [da morte]
.........tu me reavivaste dentre os que descem à cova.
(4) Tocai para Iahweh, fiéis seus,
.........celebrai sua memória sagrada.
(5) Sua ira dura um momento,
.........seu favor a vida inteira;
............de tarde vem o pranto,
...............de manhã gritos de alegria.
(6) Quanto a mim, dizia tranquilo:
.........“nada, jamais, me fará tropeçar!”
(7) Iahweh, teu favor me firmara sobre fortes montanhas;
.........mas escondeste tua face e eu fiquei perturbado.
(8) A ti, Iahweh, eu gritava,
.........ao meu Deus eu supliquei:
(9)............que ganhas com meu sangue,
...............com minha descida à cova?
...............acaso te louva o pó, anunciando tua verdade?
(10) Ouve, Iahweh,
.........tem piedade de mim!
............Sê o meu socorro, Iahweh!
(11) Transformaste o meu luto em dança,
.........tiraste meu pano grosseiro [minha roupa de luto]
...............e me cingiste de alegria.
(12) Por isso meu coração te cantará sem mais se calar.
.........Iahweh, meu Deus, eu te louvarei para sempre.
A canção é de ação de graças individual. O ambiente é no templo, onde a canção se faz executar diante do conhecimento sobre a libertação de Deus para seu povo.
Do v.1-3 nota-se uma introdução onde o salmista celebra ao Senhor pelo livramento. Ele gritou (v.2) e o Senhor o atendeu, tapando a boca dos inimigos. Nota-se um ar de morte nesta introdução (1-3). É a doença já rotineira que alcança o salmista. É o desespero e humilhação. Não há dinheiro para curar-se, mas há um Deus que outras nações - povos inimigos - não têm!
No núcleo do salmo (4-10) o salmista se dirige aos fiéis que estão dentro do templo. É na verdade, um testemunho catequético para que outros aprendam quem é Deus. É ensino, é testemunho, é celebração, o salmista expressa a imagem curadora e cuidadora de Deus.
O salmista canta. Ele canta que sua morte não oferecerá proveito. Mas reclama que o canto é a prova de que se está vivo, pois, ninguém pode cantar enquanto estiver morto. A morte não anuncia, mas cala. Ele quer ser revigorado, liberto, para cantar e dançar a verdade de Deus. Ele pediu a Deus e foi atendido.
No entanto, o livramento da morte dado por Deus é algo que converge em testemunho. O livramento da morte não significa uma benção unicamente pessoal – o salmista possui um olhar mais abrangente, menos egoísta. Ele compreende que precisa da vida para que seu espírito testemunhe quem é Deus (v.9, 11-12). Deus será exaltado no templo e fora do templo porque a morte não veio, e nem a vergonha.
O salmo é de ação de graça individual, mas a benção cantada não é pessoal e nem individual, pois o resultado da graça de Deus, o livramento, se transforma em reunião no templo onde todos saberão que ele foi alcançado por Deus. O salmista tem consciência de que o milagre de Deus, o livramento, a vida dada por Deus, serve para glorificar quem Deus é, e nada mais. Creio que é um pensamento bastante moderno - ainda não chegamos unânimes neste pensamento que muitos rotulam como arcaico.
Na conclusão (11-12) o salmista não se contenta em oferecer sacrifícios no templo, mas sim, oferecer o que há de mais íntimo – a alegria de seu espírito, que até então apenas ele poderia enxergar, mas que agora, sai pulando com novas vestes e muitas canções... talvez, madrugando com a cantoria...
A resposta do salmista na canção não é litúrgica, mas vivencial. Ele canta no templo, mas a alegria não está no templo. Ele quer converter o templo. Ele deseja contagiar o templo para que a veste do templo também seja trocada - o templo estava igualmente adoecido, necessitava ser curado uma vez que Deus não estava mais lá... onde Deus estava? Deus estava no salmista. Onde Deus fica é alegria e cantoria...
Deus conosco!!!!
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