terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Fiquei doente, fiquei envergonhado, mas Deus me ouviu... (Salmo 30)

(1) Eu te exalto, Iahweh,
.........porque me livraste,
.........não deixaste meus inimigos rirem de mim.

(2) Iahweh, meu Deus,
.........gritei a ti e me curaste.

(3) Iahweh, tiraste minha vida do Xeol, [da morte]
.........tu me reavivaste dentre os que descem à cova.

(4) Tocai para Iahweh, fiéis seus,
.........celebrai sua memória sagrada.

(5) Sua ira dura um momento,
.........seu favor a vida inteira;
............de tarde vem o pranto,
...............de manhã gritos de alegria.

(6) Quanto a mim, dizia tranquilo:
.........“nada, jamais, me fará tropeçar!”

(7) Iahweh, teu favor me firmara sobre fortes montanhas;
.........mas escondeste tua face e eu fiquei perturbado.

(8) A ti, Iahweh, eu gritava,
.........ao meu Deus eu supliquei:

(9)............que ganhas com meu sangue,
...............com minha descida à cova?
...............acaso te louva o pó, anunciando tua verdade?

(10) Ouve, Iahweh,
.........tem piedade de mim!
............Sê o meu socorro, Iahweh!

(11) Transformaste o meu luto em dança,
.........tiraste meu pano grosseiro [minha roupa de luto]
...............e me cingiste de alegria.

(12) Por isso meu coração te cantará sem mais se calar.
.........Iahweh, meu Deus, eu te louvarei para sempre.

A canção é de ação de graças individual. O ambiente é no templo, onde a canção se faz executar diante do conhecimento sobre a libertação de Deus para seu povo.

Do v.1-3 nota-se uma introdução onde o salmista celebra ao Senhor pelo livramento. Ele gritou (v.2) e o Senhor o atendeu, tapando a boca dos inimigos. Nota-se um ar de morte nesta introdução (1-3). É a doença já rotineira que alcança o salmista. É o desespero e humilhação. Não há dinheiro para curar-se, mas há um Deus que outras nações - povos inimigos - não têm!

No núcleo do salmo (4-10) o salmista se dirige aos fiéis que estão dentro do templo. É na verdade, um testemunho catequético para que outros aprendam quem é Deus. É ensino, é testemunho, é celebração, o salmista expressa a imagem curadora e cuidadora de Deus.

O salmista canta. Ele canta que sua morte não oferecerá proveito. Mas reclama que o canto é a prova de que se está vivo, pois, ninguém pode cantar enquanto estiver morto. A morte não anuncia, mas cala. Ele quer ser revigorado, liberto, para cantar e dançar a verdade de Deus. Ele pediu a Deus e foi atendido.

No entanto, o livramento da morte dado por Deus é algo que converge em testemunho. O livramento da morte não significa uma benção unicamente pessoal – o salmista possui um olhar mais abrangente, menos egoísta. Ele compreende que precisa da vida para que seu espírito testemunhe quem é Deus (v.9, 11-12). Deus será exaltado no templo e fora do templo porque a morte não veio, e nem a vergonha.

O salmo é de ação de graça individual, mas a benção cantada não é pessoal e nem individual, pois o resultado da graça de Deus, o livramento, se transforma em reunião no templo onde todos saberão que ele foi alcançado por Deus. O salmista tem consciência de que o milagre de Deus, o livramento, a vida dada por Deus, serve para glorificar quem Deus é, e nada mais. Creio que é um pensamento bastante moderno - ainda não chegamos unânimes neste pensamento que muitos rotulam como arcaico.

Na conclusão (11-12) o salmista não se contenta em oferecer sacrifícios no templo, mas sim, oferecer o que há de mais íntimo – a alegria de seu espírito, que até então apenas ele poderia enxergar, mas que agora, sai pulando com novas vestes e muitas canções... talvez, madrugando com a cantoria...

A resposta do salmista na canção não é litúrgica, mas vivencial. Ele canta no templo, mas a alegria não está no templo. Ele quer converter o templo. Ele deseja contagiar o templo para que a veste do templo também seja trocada - o templo estava igualmente adoecido, necessitava ser curado uma vez que Deus não estava mais lá... onde Deus estava? Deus estava no salmista. Onde Deus fica é alegria e cantoria...
Deus conosco!!!!

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